sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A TECNOLOGIA DAS ISCAS POSEIDON



Capítulo 4 – Sobre iscas articuladas e fuselagem 3D

É um erro grave afirmar que as iscas articuladas não funcionam. Trata-se de mais um mito que é preciso combater. Lembrem-se! Ainda existem pescadores que acreditam que a isca artificial não funciona! Por outro lado, também não se pode afirmar que a isca articulada é melhor que a inteira. São iscas diferentes, cada uma com uma ação específica. Toda isca artificial exige um trabalho diferenciado por parte do pescador.

Breve História da Isca Articulada

Na verdade, para dar credibilidade à articulada, é preciso entender sua história. A ideia de imitar o nado natural do peixe não é nova. Desde a pré-história, os homens têm sido muito criativos na tentativa de pegar peixe. Primeiro, é claro, para se alimentar, depois pelo prazer e adrenalina de uma ótima pescaria.
Conforme os historiadores, a primeira articulada teria surgida em 1907 na Europa. Mesmo sendo os precursores da criação de iscas artificiais no ocidente, logo o pólo criativo mudou de eixo, passando para a América, certamente graças aos colonos britânicos. Por volta de 1874, os Estados-Unidos começaram a fabricar iscas de todos os tipos, inclusive, as famosas iscas de madeira, que foi uma das grandes revoluções na pesca esportiva.
 Admirem uma das primeiras iscas articuladas da empresa Blue Spring Bait Manufacturing Co., na cidade de Marianna na Florida. A patente deste projeto data de 1952!


Fonte: http://www.joeyates.com/floridalures.htm

A empresa Creek Chub®, que existe até hoje, nasceu oficialmente em 1910, sendo que seus fundadores já fabricavam iscas antes desta data, para vendê-las a amigos. Esta empresa criou vários modelos de iscas articuladas, a Darter®, a Wiggle Fish, a Jig-L-Worm® e, sobretudo, a Jointed Pikie®, que ainda é comercializada. Vejam o documento abaixo com os modelos citados.


Fonte: http://epawnauction.com/lure_papers/paperspage18.html

Aproximadamente em 1947, as empresas Norwich Florida Corporation e a Ben Smith Lures Inc., ambas da Florida, lançam o seu modelo idêntico de camarão articulado.



Esta isca incrível não somente é perfeita para enganar o predador, como é articulada. O folheto que acompanha na caixa indica, inclusive, como trabalhar a isca e o papel desta cauda que, graças à articulação, provoca movimentos para cima e para baixo da parte posterior do corpo, imitando o nado de um camarão. Bastava empregar um recolhimento lento ou leves toques de vara. Esses dois modelos podem ser usados em água doce ou salgada, para diferentes espécies de peixes.
Essa retrospectiva rápida da história da isca articulada deve nos alertar sobre a criatividade do homem para pegar peixe, mas também nos ensina que, se a articulada ainda existe, é pelo fato de ter um propósito e, sobretudo, resultados muito positivos. Não por acaso, a Wiggle Fish da Creek Chub®, no folder supracitado, chegou a obter um recorde mundial!
A articulada é muito comum no Japão, outro grande especialista de iscas artificiais e, talvez, o “novo” pólo criativo e tecnológico da pesca esportiva. Todas as marcas japonesas possuem iscas articuladas. Não se pode negar a tradição e a importância da pesca naquele país, assim como sua sólida organização, inclusive com patrocínio de pescadores esportivos, e seu alto nível tecnológico. Outras marcas também possuem suas articuladas, inclusive a Rapala com sua Jointed®. Portanto, devemos observar com cuidado as funções da isca articulada, seu propósito, suas limitações e seu trabalho de nado correto.

Isca articulada? Para o peixe manhoso, claro!

Esse tipo de isca obtém uma ação viva ou irregular, conforme o trabalho do pescador, aliando grande eficácia sonora e visibilidade graças ao seu intenso movimento. Deve-se dar destaque à sua eficiência com recolhimento lento, justamente para o predador quando em estado sonolento. A isca articulada tem essa particularidade de nadar perfeitamente, justamente quando o pescador necessita que a isca passe lentamente na janela de ataque do peixe. Podemos comparar sua velocidade lenta à importante “paradinha” (stop & go), entre os toques de vara, com a diferença do movimento mais natural e intenso, da vibração, do barulho e da ilusão de velocidade que a articulada oferece.
De fato, a articulada dá uma impressão de velocidade, quando na verdade, com recolhimento lento, está nadando devagar na água. Sua velocidade de recolhimento é aproximadamente de 1,6 a 2,4 km/h. Na opinião de muitos pescadores profissionais, a maior vantagem das articuladas é a baixa velocidade, ou a ilusão de velocidade, e o ruído que produz. Para iniciar uma oscilação, com uma boa articulada, muito pouco movimento para frente é necessário. Quando começam a balançar para trás e para frente, as partes do corpo articulado reagem com movimentos opostos. Quando a da frente se move para um lado, a seção traseira se move de uma maneira oposta. Normalmente, isso resulta em uma colisão das partes do corpo na seção conjunta. Como elas colidem, criam uma forte ação de clicar. Isso faz com que a isca articulada seja excepcional em águas turvas, onde os peixes têm uma visibilidade limitada e precisam confiar muito mais em seus numerosos sensores laterais para sentir as vibrações e os movimentos em seu ambiente.



A isca articulada é altamente recomendada em duas condições desfavoráveis de pesca:
- quando uma frente fria influencia os predadores para uma atitude neutra ou inativa.
- com pouca visibilidade, nessa situação comum de pescaria, os predadores “precisam” de uma isca barulhenta e que produza vibrações, pois dependem dos seus sensores laterais para localizar a presa.
Quanto ao trabalho destas iscas articuladas, deve-se privilegiar o recolhimento contínuo, pois os toques de vara podem fazer com que a isca enrosque na linha. Na verdade, o recolhimento brusco, com fortes toques, não é adequado a esse tipo de isca. Por causa disso, alguns pescadores acham que esse modelo é defeituoso, ou não funciona bem, quando na verdade, é o trabalho da isca que é incorreto. Portanto, trabalho contínuo com leves paradinhas, para iscas mais compridas de duas ou três seções. No caso das crankbaits articuladas, por serem menores e mais compactas, correm menos perigo de enroscar e pode-se assim variar o trabalho com alguns toques de vara.

Articulada versus Convencional

Quando os predadores estão “manhosos”, a articulada é uma boa escolha para uma pesca de superfície, meia-água e pouca profundidade. Para uma pesca além dos 5 metros, por exemplo, a isca inteira leva vantagem na velocidade e profundidade de mergulho.
Cuide também com o vento, assim como uma cranck não será a melhor escolha neste caso, as articuladas produzem mais resistência ao ar. Em caso de vento, iscas inteiras com perfil alongado e sistema de transferência de massa têm melhores resultados.
Lembrem-se! É fundamental saber escolher a isca adequada em função das condições da pescaria.

Iscas Articuladas da Poseidon

As iscas articuladas da Poseidon, como a Fury Articular, a Fury Splash e a Fury Swim, além de terem um nado perfeito, também são especialmente destinadas aos predadores mais seletivos, quando em estado sonolento devido às condições climáticas ou quando estão num período de alimentação negativo ou lento.
O objetivo é simples: a isca provoca intensamente o peixe, nadando lentamente à sua frente, com movimentos intensos e naturais, levando à sua reação imediata. As articulações das iscas são reforçadas para resistir à torção ou ao puxão que sofrerá por parte do predador, principalmente no Brasil, onde nossos peixes são muito esportivos!
A questão da resistência das iscas articuladas não é diferente dos outros elementos de qualquer isca, como a garateia, os anéis ou o plástico ABS do corpo: todos os elementos devem ter a mesma qualidade para formar um conjunto eficiente. Assim sendo, as articulações possuem um ou dois pontos reforçados de ligação, para formar um conjunto altamente resistente.
Percebam nas fotos da Fury Splash e da Fury Swim as partes da fuselagem em diagonal, para proteger as articulações dos ataques dos predadores. Uma isca inteira deve também ter reforçada a espessura do plástico ABS, que compõe sua fuselagem, caso contrário, sofrerá danos por causa dos dentes dos predadores.



Foto 1: Isca Fury Articular 110mm em posição de peixe agonizante. Basta dar uma paradinha no recolhimento, ideal para provocar o ataque do peixe. Foto 2: Fury Swim com guelras 3D, articulação reforçada e ângulo reto exclusivo da barbela para manter a isca estabilizada em diferentes profundidades, conforme trabalho do pescador.

As guelras 3D, com suas entradas frontais, permitem que a água passe por parte da cabeça da isca, sem penetrar seu corpo, o que resulta em jatos e movimentos de água, um pouco como os borrifos de uma Popper, mas de forma subaquática. É o caso dos modelos Fury Splash e Fury Swim. Estes elementos formam um conjunto de sistemas que otimiza o poder de atração das iscas Poseidon.


Foto 1: Isca Fury Swim SB com guelras 3D para provocar jatos d’água. Fotos 2 e 3: Fury Splash SB e BE com entradas frontais para água passar pelas guelras 3D. Ângulo exclusivo de 60 graus da barbela. Foto 4: Cranck com articulação reforçada com guelras 3D, partes recortadas em diagonal para proteger as articulações.

Observem o nado destas iscas articuladas no link abaixo para nosso Canal no Youtube:


Resumindo: Em última instância, sempre se deve adaptar a isca às condições de pesca e reações dos peixes e ter, em sua caixa de tralhas, várias cores dos dois tipos de isca, a convencional e a articulada, para estar pronto a pescar o “animal manhoso”.

Equipe Poseidon

www.loja.poseidonbrasil.com.br
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