sábado, 21 de maio de 2011

O mar é o artista do planeta

Na sua frente, só o mar, como a tela movente de um artista, 528 milhões de quilômetros cúbicos de água em constante movimento, modelando-se e transformando-se diariamente. Praticamente todo o oxigênio produzido no planeta vem do mar, através da fotossíntese de algas microscópicas: as algas azuis. O gosto salgado vem dos sais minerais dissolvidos, que variam conforme o local e a região.

O “mar aberto” é definido como a região marítima entre as plataformas continentais com profundidade de até 200 metros. Neste ambiente, a salinidade média gira em torno de 3,5%. As 31 correntes marinhas, formadas pela salinidade, pressão, temperatura e ventos, são um fator decisivo e têm movimento contrário em cada hemisfério (no Norte, sentido horário, e no Sul, anti-horário), em função dos movimentos da Terra.

 


Mapa das correntes marinhas. Fonte Google.



Graças à força de ventos e à variação de temperatura e pressões, camadas de águas com densidades diferentes movem-se de maneira diversa, formando correntes. Há correntes de águas profundas, de águas mesopelágicas (zona entre 200 e 1000 metros de profundidade) e epipelágicas (superficial), muitas passando sobre as outras e até em sentidos divergentes. Há ainda as de maré, as superficias formadas pelo vento e as causadas pela ação da parte submersa de ondas. Algumas são eternas, e outras, de vida curta, mas todas transportam elementos e nutrientes, alterando a diversidade e a quantidade de vida.

            Duas correntes quentes banham nossa costa, a do Brasil e a do Caribe. A Corrente do Brasil, com águas acima de 23 graus Celsius, tem 70 quilômetros de largura e 500 metros de profundidade, e corre no sentido anti-horário, do Nordeste ao Rio Grande do Sul. A Corrente do Caribe corre rumo ao Norte, paralela à costa, no sentido horário. Uma terceira, esta de águas frias, a das Falklands (ou Ilhas Malvinas), faz sentir seus efeitos ao longo da costa do Rio Grande do Sul a Cabo Frio, no Estado do Rio de Janeiro, onde ocorre a ressurgência: suas águas gélidas encontram a plataforma em tal posição que acabam por emergir. A ressurgência traz grandes quantidades de nutrientes provenientes da extensa plataforma argentina. Assim disseminam algas, ovos, larvas e jovens de peixes e invertebrados, bases da cadeia alimentar. São encontradas aqui centenas de espécies incrivelmente adaptadas a tal ambiente tridimensional e sem referências físicas visuais: entre eles, os dourados, perseguindo enormes cardumes de sardinhas e cavalinhas; os rapidíssimos atuns e cavalas, num meio no qual a velocidade é fundamental; os tubarões, como o zaul, o mako e o raposa, que disputam com os marlins e o meca a hegemonia de predadores máximos; os peixes-voadores, que planam aos milhões sobre às águas, em fuga; e, finalmente, pacíficos e encantadores gigantes como a raia-jamanta e o peixe-lua.

            Neste quadro soberbo, tenha uma boa pescaria!






           - Bíblia do pescador 2010. São Paulo: Editor Jum Tabata, 2010. p. 142-143.

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