segunda-feira, 23 de maio de 2011

Explorações em áreas remotas e recursos naturais:

 O fim da linha?  

A Amazônia

 Pescar em áreas outrora isoladas e de difícil acesso tornou-se hoje uma realidade. Aqueles que sonhavam um dia, em suas vidas, pescar na desconhecida Amazônia, podem atualmente alcançar Manaus e Belém em um confortável voo a partir de RJ e SP em três horas apenas. É possível, em menos de um dia, hospedar-se em plena mata em hotéis e resorts luxuosos. Na região conhecida como o “Inferno verde”, tão bem descrita pelo escritor Euclides da Cunha, seus rios Madeira, Xingu, Negro, Teles Pires e Roosevelt, entre tantos outros, eram  desconhecidos e selvagens, mas estão acessíveis não exclusivamente para entrépidos e destemidos pescadores. É verdade que os preços ainda não são populares, no entanto, é possível planejar com antecedência e adquirir pacotes por meio de prestações.

Talvez não nos damos conta, em nossas confortáveis poltronas e na correria do dia-a-dia, mas a presença do homem em certas áreas da floresta é grande e já demonstra a exaustão dos recursos e da ictiofauna (fauna de peixes). É comum chegar a regiões onde o peixe é escasso, exigindo do pescador esportivo muito trabalho e determinação. A triste realidade é que os melhores pontos estão cada vez mais distantes, em áreas de acesso mais restrito. As regiões onde ocorrem a pesca profissional, a de subsistência e até a amadora, praticadas em demasia, comprometem seriamente os cardumes. As fronteiras da pesca na Amazônia também estão se afastando a cada temporada, o que obriga os pescadores a se deslocar mais longe para descobrir novos pontos e regiões onde o homem branco ainda não chegou.

 Os oceanos 

Ainda existem regiões do globo onde a pesca é muito farta, com grande quantidade de peixes de grande porte: adivinhem aonde? Exatamente! Nas áreas afastadas e de difícil acesso. No entanto, cada vez mais essas regiões vão sendo exploradas, e o peixe vai desaparecendo. No litoral brasileiro, assim como em várias regiões do mundo, praticamente não existem áreas intocadas e inacessíveis e o equipamento e as técnicas desenvolvidas permitem cada vez mais a exploração destes lugares remotos.

A pesca comercial vem explorando águas mais profundas em busca de capturas expressivas, baseadas em espécies típicas de ambientes abissais: o peixe olho-de-relógio (Hoplostethus atlanticus) é um exemplo. Peixes das águas profundas, entre 180 a 1800 metros de profundidade, sua pesca vem sendo praticada massiçamente. O problema é que são peixes que atingem a maturidade sexual com idade avançada (entre 20 a 30 anos), com um ciclo de vida muito longo, podendo atingir cerca de 150 anos. Com consequência direta na reprodução, os estoques já estão baixos e em alguns locais a espécie já está ameaçada. Em suma, afirmar que as fronteiras da pesca estão cada vez mais próximas do fim não é um exagero, mas uma realidade palpável.

Quando os últimos refúgios forem alcançados, não haverá mais para onde ir, e esse fato exige uma reflexão muita séria. Precisamos urgentemente mudar os paradigmas, repensar a maneira de agir, gerindo os estoques pesqueiros, respeitando as características das diferentes espécies, notadamente a reprodução, difundindo e praticando o pesque e solte. Não temos outra alternativa!





Fonte (adaptação):

- Zeinad, Alec Krüse. “O fim da linha”. Pesca Esportiva. Edição 156. São Paulo: Grupo 1 Editora, 2010. p. 36-38.

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